quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O Lider Como Deve Ser

  Quando nos convidaram para ingressar em um clube de Rotary, certamente um dos principais requisitos que nos credenciou para o convite foi a condição de líder em algum dos segmentos da profissão que exercemos; como nos comportamos, na família e na sociedade em geral. Mas isto não é tudo. Importante e até fundamental é que, após ingressar, seja em um clube rotário seja em qualquer organização social que destine o seu múnus ao serviço em favor do próximo, continuemos a exercer essa “liderança”, agora com maior denodo e responsabilidade, pois é induvidoso que passaremos a ser cobrado pelos nossos atos e/ou pelas nossas omissões, em qualquer circunstância.
Porém pode ocorrer que, na prática, as coisas não funcionem como deveriam. Temos muitos exemplos negativos de pessoas que foram chamados a participar de clubes de serviço, como Rotary, porque eram lideranças incontestes na profissão que ocupavam e, ao ingressar no clube,  agem como se não tivessem assumido qualquer compromisso sério,  deixando uma indagação no ar: Será que perderam a liderança que exerciam profissionalmente, ou entenderam mal os compromissos assumidos quando do ingresso em Rotary?
Na verdade, sem objetivar ofender ninguém, até porque posso estar inserido no contexto, a liderança que exerciam era fictícia ou mesmo falsa. Quando nada, para ser mais ameno, era “descompromissada comunitariamente”.
Entendemos que se deve fazer uma distinção entre dois tipos de lideranças. Uma, a que Rotary busca, é a liderança altruísta. Aquela que, sem buscar o lucro ou o proveito próprio, leva o seu detentor a agir, sempre em benefício de terceiros, visando à melhoria da vida em comunidade. Outra, a que Rotary não busca, nem tolera, é a liderança egoísta. Esta é exercida com o único objetivo de lucro em proveito próprio. Geralmente o líder sem compromisso com o próximo é sempre aquele que consegue alcançar posição de destaque econômico-financeira na sua comunidade, de tal monta, que passa a ser considerado rico.
É muito comum, aos que exercem tal tipo de liderança, eleger o dinheiro e os bens materiais como seus “ícones” principais, para não dizer seus “deuses”. Assim não titubeiam em trocar “dinheiro por amizade” e, burramente, não entendem que fazem um péssimo negócio. Também e comum trocarem amor por interesse. Todos sem distinção invertem a hierarquia de valores: o “ter mais” substitui o “ser melhor” e, a partir daí, salve-se quem puder!
A história dos povos está aí para comprovar: a decadência da humanidade, em qualquer tempo da sua história, tem sido o resultado desastroso dos atos e ações dos egoístas e “falsos” líderes.
Confundir ação rotária com ação cristã/religiosa não é mero exercício de interesse. As religiões, assim como o rotarismo bebem na mesma fonte. Assim como todos os líderes religiosos, gerados do cristianismo ou de outros credos monoteístas foram “rotarianos de fato”, os fundadores e continuadores de Rotary foram e são invariavelmente cristãos ou religiosos de outros credos, tão altruístas quanto o rotarismo.
Os clubes rotários de todo o mundo são iguais ou parecidos com o nosso. Façamos um propósito que pode ser exemplo para o resto do mundo rotário: vamos transferir para as atividades rotárias a liderança altruísta que exercemos na nossa profissão e na nossa família, pois, como rotarianos devemos ser LÍDERES ALTRUÍSTAS, que significa nada mais, nada menos que “dar de si antes de pensar em si”.
Adelso Ramos Ferreira é advogado e sócio do RC Caruaru

Nenhum comentário: