terça-feira, 16 de novembro de 2010

Telefone Celular: Um Instrumento Útil e Deselegante

Um toque de celular chamou a atenção de todos durante a palestra. O palestrante olhou para a audiência tentando descobrir o responsável pelo inconveniente e percebeu, com o rosto vermelho de vergonha, que era o seu próprio celular que estava tocando.
“Por obséquio, desligue seu celular”, é um pedido muito comum em reuniões rotárias, cerimônias, seminários, conferências. Mas é gritante a indiferença das pessoas; elas esquecem; já se acostumaram a agir com deselegância e nem se importam mais se estão incomodando, até falam com as pessoas, colocam a mão na boca, como se isso pudesse evitar que a ouvíssemos.
Telefones celulares são uma “mão na roda”, uma maravilha da tecnologia. Através do celular, o profissional pode se comunicar de forma mais rápida e eficaz com clientes, fornecedores e com a sua própria empresa. Pode agilizar processos, falar com familiares e diminuir distâncias. Ao mesmo tempo, telefones celulares podem ser indiscretos e até perigosos. A legislação de trânsito proíbe o seu uso quando o condutor está ao volante.
Mas viraram “reis”, “donos da situação”; o seu uso está cercado de desrespeitos, não há regras de conduta civilizada. Já vi pessoas atenderem o celular de tribunas, em reuniões plenárias, em igrejas, como se a sua própria vida dependesse daquela ligação, como se as pessoas ao seu redor fossem expectadores de seus assuntos particulares. Já vi pessoas falando alto ao celular em locais públicos em total desrespeito às pessoas e às circunstâncias. Há que se ter respeito. Deve-se desligar o celular em determinados locais, no mínimo deve-se usar no modo silencioso quando estritamente necessário. Uma ligação pode ser respondida depois de forma particular, civilizada e educada.
E o que dizer dos toques altos, irritantes e incômodos; uma gata que mia no cio, um cachorro “chorando”, um forró estilizado, são um grande incômodo, seja no ambiente de trabalho, em casa ou em qualquer lugar público. Os professores têm tido um grande trabalho com os alunos que insistem em usar o famigerado aparelhinho durante a aula, numa briga sem fim.
Esse meu “desabafo” tem tudo a ver com as nossas reuniões. Nós temos um pequeno ambiente de reuniões onde todo mundo tem um celular. Constantemente os telefones estão tocando, o que cria distrações para quem está falando, seja um convidado palestrante, seja um companheiro que está ao lado, tentando prestar atenção. Existem soluções fáceis e disponíveis. Se há uma necessidade urgente, saia do ambiente em que você está e procure ser discreto, pois ninguém está interessado nos seus assuntos pessoais.
O uso do telefone celular mexe com muitas questões, eu reconheço. As pessoas se tornaram dependentes (literalmente) dos seus celulares, não conseguem sair de casa sem eles; elas conduzem toda a sua vida através deles, não importa onde estejam. Instituir uma política de uso de celular, proibir o seu uso em determinados locais é tarefa impossível. Afinal de contas todos têm que manter contato com filhos adolescentes, esposas, funcionários e com aquelas pessoas a quem amamos. Muitas pessoas estão abandonando os telefones residenciais, fazendo dos seus telefones celulares seu veículo de comunicação, tanto para a vida pessoal quanto para a profissional, porém, manda a educação e a etiqueta que quando em público, no mínimo deve-se manter um tom de voz baixo enquanto estão falando ao telefone celular e evitar discussões acaloradas. Durante uma reunião, coloque seu celular na função vibracall ou desligue-o. Você dispõe de sua caixa postal para receber suas chamadas. Dê atenção a quem está ao seu redor pois ela tem prioridade, ao invés de dar atenção ao celular. Não entre em uma reunião e comece a ouvir as mensagens do seu celular, ou as escrever no seu PDA ou na agenda eletrônica. Deixar de prestar atenção em alguém para atender ao celular ou usar sua agenda eletrônica, faz a outra pessoa se sentir inferior, e até mesmo magoada. Provavelmente não é o que você quer fazer com um potencial cliente ou fornecedor, ou com um amigo, familiar ou companheiro de rotary.
Julio Freitas
Presidente do RC Caruaru Sul, Distrito 4500

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