terça-feira, 16 de novembro de 2010

Ter ou Não Ter; Eis a Questão!

A vida é feita de aspirações. O ser humano jamais se sentirá completamente satisfeito. Ao longo do tempo, traçamos metas a serem superadas e quando conseguimos o nível de aspirações só aumenta. E quando se fala em consumo, nossa constante falta de satisfação fica ainda mais evidente.
A mídia alimenta ainda mais tal comportamento já característico do ser humano, utilizando de sua influência sobre a mentalidade pública para convencer a todos, visando ao maior lucro possível, de que a felicidade reside em um verbo: ter. Nós, convencidos de que tudo que possuímos passa a ser obsoleto, acabamos materializando as realizações pessoais.
Acabou que os aspectos sentimental e material se misturaram tanto que já é difícil separá-los, fato perigoso em um mundo desigual como o nosso. Dinheiro não traz felicidade e chega até a proporcionar o efeito inverso: casos como os de Lindsay Lohan, Michael Jackson, e até o próprio goleiro Bruno, alvo dos holofotes nos últimos dias, mostram claramente o confronto entre a estabilidade financeira e a total desestabilidade psicológica.
Se passássemos a nos contentar com o que é necessário apenas, talvez o planeta fosse menos explorado e houvesse mais justiça e igualdade entre os povos. Conta-se que certo rei pediu que, quando morresse, na ocasião de seu desfile fúnebre, suas mãos ficassem expostas e seus bens fossem espalhados pelo caminho, para que todos percebessem que - sejamos reis, sejamos escravos - partimos sempre de mãos vazias. Nossa existência é, de fato, curta demais para atribuirmos seu valor ao que tivemos de deixar de ter. Tenhamos menos e sejamos mais: este sim é o segredo da verdadeira felicidade.
Giulia Freitas
Colaboradora, filha do Companheiro Julio Freitas

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