segunda-feira, 4 de abril de 2011

O Tempo e a Morte nos Igualam

      O Ser humano é uma criação de Deus sem comparação com qualquer outra. Temos virtudes e virtudes, mas igualmente temos sérios “defeitos” que nos acostumamos a chamar de pecados.
      As virtudes são evidentes porque a maioria dos que as têm, não perde nunca uma oportunidades de mostrá-las, bem maiores do que são. O que, com absoluta certeza, não ocorre com os pecados, chamados “defeitos”. Estes, sempre que podemos, a todo custo fazemos questão de escondê-los.
      Ocorre que são os virtuosos e não os defeituosos que vivem e, muitas vezes morrem, se comparando e até tendo certeza de que são tão ou mais importantes do que o próprio Criador e, via de consequência, vivem se comparando com Deus, mesmo que não o declarem, mas pelo próprio comportamento e pelos atos que praticam.
      Os que nos comparamos com Deus, agimos como se fossemos “o senhor do tempo”, da vida e da morte. Não temos humildade, amor, respeito por ninguém, nem por nós mesmo, quando fugimos à nossa própria insignificância. Outros, diferente dos que se julgam poderosos e insubstituíveis, somos tão humildes, aparentemente, que é até difícil acreditar que somos seres humanos, com corpo alma e os demais requisitos que nos diferenciam dos animais, ditos irracionais.
      Aos humildes Deus assiste com a sua poderosa força, sempre que o buscam. Tem por eles um amor paterno que, mesmo não o negando aos prepotentes, quando movidos por necessidade momentânea, o procuram, é diferenciado, porque consciente ou inconscientemente disputam com o Pai os privilégios da Onipotência.
      Ninguém pode ser mais ignominioso do que o ser humano que age como se Deus fosse. Principalmente quando, no trato com outros serem mais humildes, os vilipendiam, ofendem e pisoteiam. A estes dedicamos o nosso mais puro sentimento de piedade, pois na verdade “eles não sabem o que fazem”, embora não mereçam tal sentimento, dele muito necessitam.
      O dinheiro e o poder são os objetivos mais cobiçados para os que somos prepotentes. Por tais objetos somos capazes de tudo. E, quando os obtemos, jamais poderemos ser deles separados sob pena de chagarmos a abdicar da própria vida.
      Pois é – O Deus que nos deu as duas mais preciosas dádivas que o ser humano tem o privilegio de possuir: a vida e a liberdade nos permitiu a escolha, entre o bem e o mau.
      Os que optamos pelo bem, valorizamos o outro, os que optamos pelo mal, nos valorizamos, ao ponto de nos comparamos com o próprio Criador.
      Ai é que vem o equilíbrio. Sabendo bem do que é capaz a sua criatura, Deus criou o bendito tempo e a benfazeja morte, institutos essencialmente democráticos, que nos igualam a todos porque a todos chegam no dia aprazado.
      O caminho para resolver o problema da prepotência é o tempo; e, para nos tornar iguais, em definitivo, é a morte.
      Com a diferença de que, para os que cremos o tempo é igual e a “morte” é a “vida” e para os sem fé, mesmo sendo igual o tempo, a “morte” significa o fim.
Adelso Ramos Ferreira
RC Caruaru – Distrito 4500
Classificação: Advocacia Trabalhista

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