Na manhã de hoje, como em
todas as outras, eu estava
coando café. E como faço
em todas as outras manhãs,
coloquei um pouco de água
quente dentro da garrafa térmica
antes de começar a coar o
café. Só que hoje eu acabei
esquecendo de jogar fora a
primeira água da garrafa térmica
e coei o café sobre ela. Ao ver
o nível de café na garrafa, me
dei conta do engano, mas supus
que aquilo não influenciaria em
nada o paladar do café. Ledo
engano: tive de jogar fora o café
e preparar outro.
Mas o que ocorreu com o café?
Era a mesma quantidade de pó
e a mesma quantidade de água
de todas as manhãs. No entanto,
uma quantidade de água, pouco
menos da metade, não passou
pelo coador. E o café ficou
aguado.
Meditei muito sobre isso e
concluí que o mesmo que
ocorre com o café acontece em
nossos Rotary Clubs. Com o
Agora surge a pergunta
que faço a todos: Você está
no Rotary para servir ou
para ser servido? Quando
servimos o que importa é
a transformação, a alegria
que levamos e as mudanças
que fazemos na vida das
pessoas que têm menos
oportunidades. Que têm
fome. Que têm sede. Que
têm dor e sofrimento. Que
não têm esperança. E quando
queremos ser servidos, o que
importa é o nosso sucesso,
pois a vaidade fala mais alto.
Meus companheiros,
precisamos evoluir. O “troféu”
da vida é a obra que fomos
capazes de construir e
produzir.
Chama-me a atenção a
frase que o apóstolo Paulo
e Barnabé disseram aos
discípulos, estimulando-os
à firmeza: “É necessário
que passemos por muitas
café, somente a água que passa
pelo coador, que fica alguns
segundos em contato com o pó,
retira dele toda a sua essência
em aroma e perfume. A água
que não fica em contato com o
pó uma parte do que foi retirado
dele, distribuindo o aroma por
igual. Mas por não passar pelo
pó, não tem aroma próprio.
Da mesma maneira, um
companheiro que não
comparece às reuniões é igual à
água que não passa pelo coador
e não tem o perfume do café.
Quando um companheiro deixa
de participar de uma promoção,
ele recebe dos demais a
experiência por eles vivida,
aprendendo com a experiência
alheia – mas não terá o vigor
de ter vivido ele mesmo a
experiência de ajudar alguém.
Somente aquele que vê os
olhinhos cheios de lágrimas
de uma criança ganhando
um presente de Natal pode
sentir realmente o que é
ajudar o próximo. Somente
tribulações.” Isso parece
bem o oposto do que se
proclama hoje! Quando
surge uma “tribulação” (um
problema, uma enfermidade,
um revés qualquer) muitos
já a conectam a uma ação
diabólica, como se fôssemos
isentos de problemas, como
se Deus fosse um tipo de
super-herói pessoal que
está sempre alerta para nos
livrar dos problemas assim
que surgem. Gerando assim,
um ser oportunista e infantil.
Quem não tem problemas?
Quem não sofre angústias?
Quem não tem sua fé
questionada vez ou outra?
Ser rotariano implica ter fibra,
exercer o servir, demonstrar
amor e compaixão. Ser líder
no Rotary não é uma senha
ou palavra mágica que abre
todas as portas. Que Deus
nos torne hoje rotarianos
maduros, que enfrentam os
problemas do dia a dia com
quem vê o sorriso de um idoso
ao receber uma visita pode
reconhecer o valor de um sorriso
verdadeiro. É que por vezes nos
esquecemos que quem ouve
esquece; quem vê às vezes
lembra; mas quem ouve, vê e
faz, aprende.
Vigor
Eu tenho passado por
experiências gratificantes
no Rotary, seja nas festivas,
nas reuniões semanais,
nas promoções do clube ou
durante os intercâmbios da
amizade. Sempre que temos
um evento ou um encontro com
os companheiros, a certeza
é de que haverá aprendizado
e companheirismo. Isto tem
tornado os companheiros mais
fortes e unidos nos ideais
do Rotary, ao passo que os
companheiros que não são
frequentes se parecem com
a brasa que fica longe da
lareira: aos poucos, eles vão se
apagando, até que não tenham
mais calor.
dedicação e amor ao próximo.
Hoje, eu quero agradecer
a todos que saíram dos
seus lares para irem até
Jequié. Sintam-se amados,
acariciados e felizes. Sigam
alegrando-se com aquilo que
vocês constroem a cada dia.
Quem confia em Deus sabe
que seus castelos podem ser
derrubados, que os troféus
podem ser “roubados”, mas
que há uma esperança no
amanhã.
“Se chorei ou se sorri o
importante é que emoções eu
vivi...”
Um grande e forte abraço a
todos.
Um clube, mesmo que
numeroso, mas que tenha
companheiros pouco
participativos, será um
clube fraco como o café do
começo deste texto – porque
os companheiros que não
participam não têm o mesmo
vigor, e o clube perde em força e
coesão.
Pensando nisso, afirmo que a
presença dos companheiros
nas reuniões e nas promoções
do seu clube é de participação
obrigatória para aquele que vê
no Rotary Club mais do que
apenas um clube de serviços ou
de um lugar para encontrar os
amigos. O Rotary International é
uma organização responsável e
preocupada com o bem comum
ao redor do mundo, e por isso
seus associados devem ser
responsáveis.
* O autor é Carlos Eduardo
Buchweitz,
associado ao Rotary
Clube de Maringá-Aeroporto,
PR (D. 4630).
Extraído da Brasil
Rotário Online.
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